
sábado, 29 de outubro de 2011
Campanha 2011: Itaú Criança

Dia Nacional do Livro
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
O Diário de Anne Frank - Anne Frank por Otto Frank


Uma Segunda Guerra que mudou o Mundo, e uma garota que contou sua vida em um Esconderijo Anexo....



Querida Kitty
"Pequeno feixe de contradições." Foi assim que terminei minha última carta e é assim que desejo principiar esta. "Um pequeno feixe de contradições." Pode me dizer exatamente o que é isto/ Que quer dizer contradição? Como acontece com tantas outras palavras, pode significar duas coisas: contradição de fora e contradição de dentro.
A primeira é a costumeira “não cede facilmente, sempre sabe mais, tem sempre a última palavra”, enfim, todas as qualidades desagradáveis de que me acusam. Da segunda, ninguém sabe, o segredo é meu.
Já disse a você, certa vez, que possuo dupla personalidade. Em uma delas encontra-se minha alegria exuberante, que faz graça de tudo, meu entusiasmo e principalmente a maneira como levo tudo na brincadeira. Talvez por isso não me ofenda um flerte, um beijo, um abraço, uma anedota suja. Esta está quase sempre à espreita e empurra o outro, que é muito melhor, mais profundo e mais puro. Você precisa compreender que ninguém conhece o lado melhor de Anne, e é por isso que a maioria das pessoas me acha insuportável. Se durante uma tarde faço uma porção de palhaçadas, todos se fartam de mim por um mês. Realmente, é como filme de amor para pessoas de mentalidade séria: simples distração que diverte, sem chegar a ser boa. Envergonho-me de contar isso a você, mas como é verdade, vou falar. Meu lado superficial e frívolo está sempre mais alerta que o lado profundo, e por isso há de sair sempre vencedor. Você nem imagina quantas vezes tentei empurrar para longe essa Anne. Tentei mutilá-la, escondê-la, porque, afinal de contas, ela é apenas metade do total que se chama Anne; mas não adianta, e eu sei, também, por que não adianta.
Tenho muito medo de que as pessoas que me conhecem superficialmente venham a descobrir que possuo um outro lado, melhor, mais bem-cuidado. Receio que riam de mim, que me achem ridícula e sentimental, que não me levem a sério. Estou acostumada a não ser levada a sério, mas é só a Anne despreocupada que se acostumou a isso e o suporta. A Anne mais profunda é sensível demais para tal. Se realmente obrigo a Anne boa a ir para o centro do palco, nem que seja por quinze minutos, ela se encolhe toda e acaba cedendo o lugar à Anne número 1, e antes que perceba o que se passa, vejo que desapareceu.
A boa Anne, portanto, não aparece quando tem gente, até hoje nunca se mostrou, nem uma só vez, mas é a que predomina quase sempre quando estamos a sós. Sei exatamente como desejaria ser, como sou, aliás... lá no íntimo. Infelizmente sou assim só para mim mesma. E estou certa de que é por isso mesmo que eu digo que intimamente tenho um gênio bom e que os outros pensam que exteriormente é que tenho gênio bom. No íntimo sou guiada pela Anne pura , mas exteriormente não passo de uma cabritinha travessa, à solta.
Como já disse, nunca expresso meus sentimentos verdadeiros sobre coisa alguma, e foi assim que adquiri a fama de namoradeira, sabe-tudo e leitora de histórias de amor. A Anne jovial dá risada, uma resposta atrevida, sacode os ombros com indiferença, comporta-se como se não ligasse, mas as reações da Anne silenciosa são exatamente o oposto. Para ser sincera, devo admitir que isso me magoa, que tento mudar por todos os meios, mas que estou sempre em luta contra um inimigo muito mais poderoso.
Dentro de mim soluça sempre a mesma voz: "Pronto, nisto é que você se tornou! Sem caridade, ares superiores, atrevida. Ninguém gosta de você, e isso por você não atender aos conselhos da sua metade melhor".
Bem queria atender, mas não adianta; se fico sossegada e séria, todos pensam que estou tramando alguma e, então, tenho que sair da situação inventando nova brincadeira; isso sem falar na minha própria família, que certamente pensaria que estou doente e me faria engolir comprimidos para dor de cabeça, para os nervos, me apalparia o pescoço e a cabeça para ver se tenho febre, me perguntaria se ando com prisão de ventre e, não achando nada, acabaria me criticando por meu mau humor. Não aguento esses cuidados: se me fiscalizam fico malcriada, depois infeliz e, finalmente, viro meu coração do avesso para que o lado mau fique de fora e o bom para dentro, e continuo tentando encontrar a maneira de ser como desejo ser, como poderia ser, se... se não houvesse mais ninguém vivo neste mundo...
sexta-feira, 7 de outubro de 2011

2011
Tomas Tranströmer (Suécia)
2010
Mario Vargas Llosa (Peru)
2009
Herta Müller (Romênia-Alemanha)
2008
Le Clézio (França)
2007
Doris Lessing (Reino Unido, mas nasceu no Irã e cresceu no Zimbábue)
2006
Orhan Pamuk (Turquia)
2005
Harold Pinter (Reino Unido)
2004
Elfriede Jelinek (nasceu na Áustria)
2003
J.M. Coetzee (África do Sul)
2002
Imre Kertész (Hungria)
2001
V.S. Naipaul (nasceu em Trinidad e Tobago, mas vive no Reino Unido)
2000
Gao Xingjian (Francês)
1999
Günter Grass (Alemanha)
1998
José Saramago (Portugal)
1997
Dario Fo (Itália)
1996
Wislawa Szymborska (Polônia)
1995
Seamus Heaney (Irlanda)
1994
Kenzaburo Oe (Japão)
1993
Toni Morrison (Estados Unidos)
1992
Derek Walcott (Santa Lúcia, ilha do Caribe)
1991
Nadine Gordimer (África do Sul)
1990
Octavio Paz (México)
1989
Camilo Jose Cela (Espanha)
1988
Naguib Mahfouz (Egito)
1987
Joseph Brodsky (EUA, de origem russa)
1986
Wole Soyinka (Nigéria)
1985
Claude Simon (França)
1984
Jaroslav Seifert (Tchecoslováquia)
1983
William Golding (Reino Unido)
1982
Gabriel García Márquez (Colômbia)
1981
Elias Canetti (Reino Unido, de origem búlgara)
1980
Czeslaw Milosz (Polônia)
1979
Odysseus Elytis (Grécia)
1978
Isaac Bashevis Singer (EUA, de origem polonesa)
1977
Vicente Aleixandre (Espanha)
1976
Saul Bellow (EUA)
1975
Eugenio Montale (Itália)
1974
Eyvind Johnson (Suécia) e Harry Martinson (Suécia)
1973
Patrick White (Austrália)
1972
Heinrich Böll Alemanha)
1971
Pablo Neruda (Chile)
1970
Alexander Soljenítsin (URSS)
1969
Samuel Beckett (Irlanda)
1968
Yasunari Kawabata (Japão)
1967
Miguel Ángel Asturias (Guatemala)
1966
Samuel José Agnon (Israel) e Nelly Sachs (Alemanha)
1965
Mikhail Sholokhov (URSS)
1964
Jean-Paul Sartre (França; recusou o prêmio)
1963
Giórgos Seféris (Grécia)
1962
John Steinbeck (EUA)
1961
Ivo Andric (Iugoslávia)
1960
Saint-John Perse (França)
1959
Salvatore Quasimodo (Itália)
1958
Boris Pasternak (URSS; renunciou ao prêmio)
1957
Albert Camus (França)
1956
Juan Ramón Jiménez (Espanha)
1955
Halldór Kiljan Laxness (Islândia)
1954
Ernest Miller Hemingway (Estados Unidos)
1953
Winston Churchill (Reino Unido)
1952
François Mauriac (França)
1951
Par Lagerkvist (Suécia)
1950
Bertrand Russell (Reino Unido)
1949
William Faulkner (Estados Unidos)
1948
T. S. Elliot (Reino Unido, nascido nos EUA)
1947
André Gide (França)
1946
Hermann Hesse (Alemanha)
1945
Gabriela Mistral (Chile)
1944
Johannes V. Jensen (Dinamarca)
1943
Não foi outorgado
1942
Não foi outorgado
1941
Não foi outorgado
1940
Não foi outorgado
1939
Frans Eemil Sillanpää (Finlândia)
1938
Pearl Buck (EUA)
1937
Roger Martin du Gard (França)
1936
Eugene O'Neill (EUA)
1935
Não foi outorgado
1934
Luigi Pirandello (Itália)
1933
Ivan Bunin (Rússia)
1932
John Galsworthy (Reino Unido)
1931
Erik Axel Karlfeldt (Suécia)
1930
Sinclair Lewis (Estados Unidos)
1929
Thomas Mann (Alemanha)
1928
Sigrid Undset (Noruega)
1927
Henri Bergson (França)
1926
Grazia Deledda (Itália)
1925
George Bernard Shaw (Irlanda)
1924
Wladyslaw Reymont (Polônia)
1923
W.B. Yeats (Irlanda)
1922
Jacinto Benavente (Espanha)
1921
Anatole France (França)
1920
Knut Hamsun (Noruega)
1919
Carl Spitteler (Suíça)
1918
Não foi outorgado
1917
Karl Gjellerup e Henrik Pontoppidan (ambos da Dinamarca)
1916
Verner von Heidenstam (Suécia)
1915
Romain Rolland (França)
1914
Não foi outorgado
1913
R. Tagore (Índia)
1912
Gerhart Hauptmann (Alemanha)
1911
M. Maeterlinck (Bélgica)
1910
Paul Heyse (Alemanha)
1909
Selma Lagerlöf (Suécia)
1908
Rudolf Eucken (Alemanha)
1907
Rudyard Kipling (Reino Unido, mas nasceu na Índia)
1906
Giosuè Carducci (Itália)
1905
Henryk Sienkiewicz (Polônia)
1904
Frédéric Mistral (França) e José Echegaray (Espanha)
1903
Bjornstjerne Bjornson (Noruega)
1902
Theodor Mommsen (Alemanha)
1901
Sully Prudhomme (França)